Recebi centenas de e-mails de pessoas curiosas que pedem desesperadamente para que eu mostre minha cara. Então aproveitei as festas para gravar (de forma capenga) este vídeo, onde mostro minha face macia e peluda e desejo boas festas e blá, blá, blá.
sábado, 26 de dezembro de 2009
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Eu não sei de nada
Preciso confessar algo que está me acontecendo desde o acidente, mas prometam que não contarão a ninguém, pois é algo sinistro e bastante perigoso.
Há algum tempo tenho sofrido sessões de torturas, ainda não sei o responsável, mas nada que eu diga o faz parar, são insaciáveis pela dor, gemidos, caretas e suplícios. Começou com sessões leves, apenas 20 minutos de choque elétrico e algumas agulhas nas pernas, mas começaram a aumentar a dose para 1 hora e 20 minutos de vários tipos de torturas que nem nos meus sonhos mais horrendos pude imaginar tal atrocidade. Além de malvados são sarcásticos, pois sempre que terminam perguntam se estou gostando, se quero mais.
Até hoje não descobri o que querem de mim, mas confesso que sempre fui um pouco adepto a dor, principalmente a voluntária, uma espécie de alto punição pelos erros que cometemos durante a vida, pena que dentre os exercícios e aparelhos não há nada que provoque a dor até não mais sentir dor.
Tá bom, essa não teve graça, estou falando da fisioterapia, que de fato é muito dolorosa, mas é bastante importante.
Há algum tempo tenho sofrido sessões de torturas, ainda não sei o responsável, mas nada que eu diga o faz parar, são insaciáveis pela dor, gemidos, caretas e suplícios. Começou com sessões leves, apenas 20 minutos de choque elétrico e algumas agulhas nas pernas, mas começaram a aumentar a dose para 1 hora e 20 minutos de vários tipos de torturas que nem nos meus sonhos mais horrendos pude imaginar tal atrocidade. Além de malvados são sarcásticos, pois sempre que terminam perguntam se estou gostando, se quero mais.
Até hoje não descobri o que querem de mim, mas confesso que sempre fui um pouco adepto a dor, principalmente a voluntária, uma espécie de alto punição pelos erros que cometemos durante a vida, pena que dentre os exercícios e aparelhos não há nada que provoque a dor até não mais sentir dor.
Tá bom, essa não teve graça, estou falando da fisioterapia, que de fato é muito dolorosa, mas é bastante importante.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Insônia
Insônia que perturba a alma e invade os mais delicados sentimentos, tornando-os pontiagudos, ferreis e lesivos. Que estilhaça as boas lembranças, rasgando a carne a cada recordação de amor, amizade e juventude.
Insônia que palpita os músculos com tanta voracidade, que deixa exausto e dolorido todo o corpo. Que invade os repentinos desejos, amaldiçoando-os com a aflição de realizá-los a custa da dor e da escuridão.
Insônia alucinógena que torna visível todos os demônios conhecidos e os faz passear sobre as paredes, como se esperassem a melhor hora para atacar e de nada adianta fechar os olhos, pois seria a oportunidade perfeita para uma aproximação brusca, ao ponto de se sentir o calor e a respiração de sua presença.
Insônia que omite todas as coisas boas que já vivera, fazendo de qualquer vida pacata uma verdadeira via-crúcis, que nada conquistou além do tormento de ter feito tudo errado e o martírio de continuar no erro.
Insônia que encoraja a própria morte num primeiro instante, mas adia o ato para massacrar o que resta com covardia e incertezas de uma vida sem valor, onde o mundo é credor de um espírito vil, penhorado em troca de amargura.
Insônia que afaga o rosto com ferro quente, mas não permite um gemido de dor. Que perfura por vezes o mesmo lugar até o corpo se acostumar com o encaixe da lâmina na carne, pra depois lavar com Iodo e sódio.
Insônia que mata aos poucos, até que bem pouco fique, um fragmento, um pó de vida, uma raspa dela, apenas para que possa tentar dormir e esperar a insônia chegar.
Insônia que palpita os músculos com tanta voracidade, que deixa exausto e dolorido todo o corpo. Que invade os repentinos desejos, amaldiçoando-os com a aflição de realizá-los a custa da dor e da escuridão.
Insônia alucinógena que torna visível todos os demônios conhecidos e os faz passear sobre as paredes, como se esperassem a melhor hora para atacar e de nada adianta fechar os olhos, pois seria a oportunidade perfeita para uma aproximação brusca, ao ponto de se sentir o calor e a respiração de sua presença.
Insônia que omite todas as coisas boas que já vivera, fazendo de qualquer vida pacata uma verdadeira via-crúcis, que nada conquistou além do tormento de ter feito tudo errado e o martírio de continuar no erro.
Insônia que encoraja a própria morte num primeiro instante, mas adia o ato para massacrar o que resta com covardia e incertezas de uma vida sem valor, onde o mundo é credor de um espírito vil, penhorado em troca de amargura.
Insônia que afaga o rosto com ferro quente, mas não permite um gemido de dor. Que perfura por vezes o mesmo lugar até o corpo se acostumar com o encaixe da lâmina na carne, pra depois lavar com Iodo e sódio.
Insônia que mata aos poucos, até que bem pouco fique, um fragmento, um pó de vida, uma raspa dela, apenas para que possa tentar dormir e esperar a insônia chegar.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
O Iluminado
Muitos sabem minha polêmica história religiosa, desde jovem sempre fui revoltado com religiões, e principalmente com Deus. Muitos me julgaram ateu, mas digo-lhes: eu acredito em Deus. Sempre acreditei, só não gostava dele ou do julgamento dele, ou ainda dos destinos que ele traçara para alguns, inclusive o meu. Mas isso é apenas uma desculpa esfarrapada de quem não quer assumir os seus erros e jogar tudo nas costas de alguém, e de fato, culpar Deus é muito fácil, porém é um ato de covardia sem tamanho.
Posso contar um histórico da minha vida onde todos terão pena de mim, pois será uma história trágica de quem tinha tudo pra ter uma vida boa, mas só se ferrava na vida. Confesso que fiz isso algumas vezes para algumas pessoas, aproveito e me desculpo com elas (se alguma ler isso), pois ninguém merece ouvir as lamentações alheias, principalmente se tentam ajudar e são ignoradas ou criticadas por isso, pois era o que eu costumava fazer.
O que quero dizer é que essa história que contava não era uma história totalmente verídica, pois com certeza eu ocultava vários fatos positivos para o drama parecer ainda mais sofrido. Portanto, por mais que tenhamos uma vida sofrida, temos a parte boa e cabe a cada um decidir se vai contar, relembrar e viver em função da parte boa ou da parte ruim das suas vidas.
Sobre o acidente, tive vários pesadelos e pensamentos com ele, revivendo e imaginando se ele fosse diferente. Por mais que pense, um fato é unânime, apesar de estar mal ainda, com possibilidades de não mais tocar bateria, sentir dores e inchaços nos pés permanentemente, nunca mais ter de volta a total articulação do pé direito, não ter tido nenhum suporte, amparo, ou qualquer tipo de ajuda do responsável pelo acidente, de ter que apelar para justiça por algum direito, sabendo que se tiver sorte isso demorará no mínimo um ano, que perderei uma grande oportunidade de emprego e que deverei abandonar vários sonhos, ainda tive muita sorte, POIS ESTOU VIVO.
Por mais que meu lado depressivo queira desistir e voltar a cuspir palavrões aos céus, culpando mais uma vez Deus por meus problemas ou obstáculos, por mais que queira me trancar no quarto, ouvir Clarisse centenas de vezes e tomar vinho o bastante até ter coragem de usar as giletes recém compradas, devo ter serenidade, tolerância e lembrar que existem pessoas que gostam de mim, que existem pessoas que dependem de mim e principalmente, que existem pessoas que acreditam em mim, que posso sair dessa, que consigo ter uma vida digna apesar de tudo.
Bom, graças a essas pessoas eu consigo anular meus maus pensamento e tentar, apesar da dificuldade, cultivar os bons e seguir em frente. Obrigado a Deus, a minha família e amigos.
Posso contar um histórico da minha vida onde todos terão pena de mim, pois será uma história trágica de quem tinha tudo pra ter uma vida boa, mas só se ferrava na vida. Confesso que fiz isso algumas vezes para algumas pessoas, aproveito e me desculpo com elas (se alguma ler isso), pois ninguém merece ouvir as lamentações alheias, principalmente se tentam ajudar e são ignoradas ou criticadas por isso, pois era o que eu costumava fazer.
O que quero dizer é que essa história que contava não era uma história totalmente verídica, pois com certeza eu ocultava vários fatos positivos para o drama parecer ainda mais sofrido. Portanto, por mais que tenhamos uma vida sofrida, temos a parte boa e cabe a cada um decidir se vai contar, relembrar e viver em função da parte boa ou da parte ruim das suas vidas.
Sobre o acidente, tive vários pesadelos e pensamentos com ele, revivendo e imaginando se ele fosse diferente. Por mais que pense, um fato é unânime, apesar de estar mal ainda, com possibilidades de não mais tocar bateria, sentir dores e inchaços nos pés permanentemente, nunca mais ter de volta a total articulação do pé direito, não ter tido nenhum suporte, amparo, ou qualquer tipo de ajuda do responsável pelo acidente, de ter que apelar para justiça por algum direito, sabendo que se tiver sorte isso demorará no mínimo um ano, que perderei uma grande oportunidade de emprego e que deverei abandonar vários sonhos, ainda tive muita sorte, POIS ESTOU VIVO.
Por mais que meu lado depressivo queira desistir e voltar a cuspir palavrões aos céus, culpando mais uma vez Deus por meus problemas ou obstáculos, por mais que queira me trancar no quarto, ouvir Clarisse centenas de vezes e tomar vinho o bastante até ter coragem de usar as giletes recém compradas, devo ter serenidade, tolerância e lembrar que existem pessoas que gostam de mim, que existem pessoas que dependem de mim e principalmente, que existem pessoas que acreditam em mim, que posso sair dessa, que consigo ter uma vida digna apesar de tudo.
Bom, graças a essas pessoas eu consigo anular meus maus pensamento e tentar, apesar da dificuldade, cultivar os bons e seguir em frente. Obrigado a Deus, a minha família e amigos.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Meus Colegas de Quarto
Após a cirurgia fiquei aproximadamente uma hora na sala de observação, logo fui levado para a enfermaria onde ficaria por mais 5 dias. Lá conheci grandes figuras, verdadeiros personagens da negligência e descaso com os menos favorecidos, contudo foram exemplos de vida e esperança.
Nosso primeiro personagem, que chamarei de RP para preservar sua identidade, cujo nome é a mistura de três outros nomes, tipo aqueles nomes de protagonista de novela mexicana, ele estava esperando por uma cirurgia no Fêmur, a segunda, pois não respeitou o período de repouso da primeira e acabou prejudicando a calcificação dos ossos.
Ele parecia está em um hotel, pois passava o dia passeando, assistindo televisão, saindo pra fumar, só era visto nas refeições. Detalhe, tudo isso na cadeira de rodas, que era o carro dele, o bem mais precioso de sua vida. Um dia ele acordou e a cadeira de rodas não estava no quarto, o que o fez chorar feito criança, e de fato era uma criança, não tinha maldade nenhuma no coração.
O Outro colega tem um nome bem comum, porém seus problemas eram complexos, ele levou uma adolescência promíscua, efêmera e inconsequente, fazendo uso de drogas e ignorando qualquer aviso de perigo dos pais, o pior é ele possuía uma doença nos rins e não sabia, quando descobriu já era tarde, os rins não trabalhavam mais e ele teve que começar a fazer hemodiálise três vezes por semana. Devido ao conjunto desses problemas ele perdeu muito cálcio e seus ossos ficaram fracos, um dia ao se levantar da cama fraturou o fêmur, fez a cirurgia, mas quando estava em recuperação foi se levantar para ir ao banheiro com a ajuda o pai, mas quando colocou força na perna "boa", fraturou o outro fêmur.
E ali estava, esperando melhorar da anemia para fazer a cirurgia do outro fêmur, tudo isso enquanto Esperava uma vaga para o transplante de rins, a doadora será a irmã. Parece ter só desgraças na vida desse personagem, eu mesmo não teria tanta força, mas o cara é muito gente boa, com um bom humor fora de sério, um exemplo de vida. Um fato engraçado nele, era durante as noites, eu geralmente tinha insônia e ficava acordado olhando pro teto, dai nosso colega de repente acordava, ficava sentando rapidamente e começava a falar, era difícil entender o que ele falava, mas um dia consegui entender, ele acordou, sentou e disse: quem pegou o meu lençol? Quem foi? Eu vi seu safado, venha pegar, venha?! Depois disso ele deitou e voltou a dormir. Confesso que nas primeiras vezes tinha medo, pelo susto, claro. Mas depois me acostumei e comecei a me divertir com isso. Quando contava pra ele, ele negava, mas rimos bastante desse e de outras histórias sobre as nossas vidas, umas mais sofridas, verdade, mas todas querendo um bem comum, a saúde.
Nosso primeiro personagem, que chamarei de RP para preservar sua identidade, cujo nome é a mistura de três outros nomes, tipo aqueles nomes de protagonista de novela mexicana, ele estava esperando por uma cirurgia no Fêmur, a segunda, pois não respeitou o período de repouso da primeira e acabou prejudicando a calcificação dos ossos.
Ele parecia está em um hotel, pois passava o dia passeando, assistindo televisão, saindo pra fumar, só era visto nas refeições. Detalhe, tudo isso na cadeira de rodas, que era o carro dele, o bem mais precioso de sua vida. Um dia ele acordou e a cadeira de rodas não estava no quarto, o que o fez chorar feito criança, e de fato era uma criança, não tinha maldade nenhuma no coração.
O Outro colega tem um nome bem comum, porém seus problemas eram complexos, ele levou uma adolescência promíscua, efêmera e inconsequente, fazendo uso de drogas e ignorando qualquer aviso de perigo dos pais, o pior é ele possuía uma doença nos rins e não sabia, quando descobriu já era tarde, os rins não trabalhavam mais e ele teve que começar a fazer hemodiálise três vezes por semana. Devido ao conjunto desses problemas ele perdeu muito cálcio e seus ossos ficaram fracos, um dia ao se levantar da cama fraturou o fêmur, fez a cirurgia, mas quando estava em recuperação foi se levantar para ir ao banheiro com a ajuda o pai, mas quando colocou força na perna "boa", fraturou o outro fêmur.
E ali estava, esperando melhorar da anemia para fazer a cirurgia do outro fêmur, tudo isso enquanto Esperava uma vaga para o transplante de rins, a doadora será a irmã. Parece ter só desgraças na vida desse personagem, eu mesmo não teria tanta força, mas o cara é muito gente boa, com um bom humor fora de sério, um exemplo de vida. Um fato engraçado nele, era durante as noites, eu geralmente tinha insônia e ficava acordado olhando pro teto, dai nosso colega de repente acordava, ficava sentando rapidamente e começava a falar, era difícil entender o que ele falava, mas um dia consegui entender, ele acordou, sentou e disse: quem pegou o meu lençol? Quem foi? Eu vi seu safado, venha pegar, venha?! Depois disso ele deitou e voltou a dormir. Confesso que nas primeiras vezes tinha medo, pelo susto, claro. Mas depois me acostumei e comecei a me divertir com isso. Quando contava pra ele, ele negava, mas rimos bastante desse e de outras histórias sobre as nossas vidas, umas mais sofridas, verdade, mas todas querendo um bem comum, a saúde.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Coisas Estranhas
Graças a esse acidente pude passar bastante tempo com meu filho o que significa que tive que assistir muitos desenhos infantis com ele, ou pior, que tive que assistir o mesmo desenho várias e várias vezes com ele. Ainda bem que ele tem bom gosto, pois o desenho do momento é Toy Story I e II, um desenho um pouco antigo, mas que também adoro.
Pois bem, um belo dia uma das canções do desenho me chamou atenção, pois de certa forma retrata minha situação.
Coisas Estranhas
Eu era o maioral para mim, esticavam tapete,
Com meu velho chapéu eu mantinha ordem em fim.
Mas ai lá do céu esse cara despencou num foguete,
Dizendo umas coisas estranhas demais para mim.
Vejam só, amigos meus sumiram num piscar,
E eu temo o que é melhor pra me aprumar.
Eu era líder, tinha poder.
Mas isso acabou,
E então o céu sobre mim desmoronou.
(Refrão)
Eram coisas mesmo estranhas demais para mim
Estranhas
Estranhas demais para mim, acho que é o meu fim
Alguém que pra você é irmão te vira as costas,
Você vai notar no fim, só vai restar solidão,
As coisas parecem ir bem, mas você perde as apostas, pois,
Termina sozinho num canto largado no chão.
(Refrão 2x)
Estranhas demais para mim
Estranhas
Estranhas demais pra mim, acho que é o meu fim
Estranhas, estranhas
Quem quiser baixar a música, clique aqui.
Pois bem, um belo dia uma das canções do desenho me chamou atenção, pois de certa forma retrata minha situação.
Coisas Estranhas
Eu era o maioral para mim, esticavam tapete,
Com meu velho chapéu eu mantinha ordem em fim.
Mas ai lá do céu esse cara despencou num foguete,
Dizendo umas coisas estranhas demais para mim.
Vejam só, amigos meus sumiram num piscar,
E eu temo o que é melhor pra me aprumar.
Eu era líder, tinha poder.
Mas isso acabou,
E então o céu sobre mim desmoronou.
(Refrão)
Eram coisas mesmo estranhas demais para mim
Estranhas
Estranhas demais para mim, acho que é o meu fim
Alguém que pra você é irmão te vira as costas,
Você vai notar no fim, só vai restar solidão,
As coisas parecem ir bem, mas você perde as apostas, pois,
Termina sozinho num canto largado no chão.
(Refrão 2x)
Estranhas demais para mim
Estranhas
Estranhas demais pra mim, acho que é o meu fim
Estranhas, estranhas
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